terça-feira, 29 de junho de 2010

The Reader [2]

Li o livro em dois dias. Dois dias sem esforço algum. Gostaria muito de tê-lo lido anteriormente, perto de quando o filme saiu, em 2008. O filme mostra melhor a história da Hanna, o livro é mais comovente pelas lembranças do Michael. Apesar da primeira parte chata, é bem comovente. Não conhecia o autor alemão Bernhard Schlink e devo admitir que só li pela falta de um romance com nome sugestivo.

A Kate Winslet tirou o Oscar da Meryl em 2009 com este filme. Engraçado que até o livro que deu origem ao filme que tiraria o Oscar dela cita, indiretamente, seu nome. Como o livro reflete sobre o nazismo e os campos de concentração, o Bernhard cita Holocausto e A Escolha de Sofia, ambos protagonizados pela Meryl no final da década de 70, começo da década de 80.

Sei que é ficção, e não esperaria nada diferente, mas o livro me ajudou em aspectos bons e ruins. Deveria ter lido antes, mas hoje não deveria tê-lo lido. Li sobre mim, em 20 anos... li sobre como nossas feridas nunca fecham, li sobre como a fuga torna-se cada vez mais presente, li sobre como o tempo não cura. Porque não importa o quanto afaste sua mente do que te feriu, são as lembranças que permanecem interiormente, são as lembranças que modelam nosso comportamento até o dia de nossa morte. Não há mais sentimento, não há mais amor... só há a dor de ter sido ferido em batalha. Uma PTSD sem cura.

"Que história triste, pensei durante muito tempo. Não que eu pense agora que ela é feliz. Mas penso que é verdadeira e, diante disso, perguntar se é triste ou feliz é algo que não faz sentido.

De todo modo, é o que penso quando acontece de pensar nela. Entretanto, quando sou magoado, as mágoas experimentadas naquela época vêm à tona, quando me sinto culpado é o sentimento de culpa de então, e na saudade e nostalgia atuais experimento a saudade e a nostalgia sentidas naquela época. As camadas tectônicas de nossa vida descansam tão apertadas umas sobre as outras, que sempre encontramos o fato anterior no posterior, não como algo completo e realizado, mas como algo presente e vivo. Entendo isso. Todavia, às vezes acho difícil de suportar. Talvez eu tenha escrito a nossa história porque queria mesmo me ver livre dela, ainda que isso não seja possível."



Preciso mudar de ares. Amanhã volto ao meu estilo preferido, romance policial. "Assassinato no recanto dos cisnes negros", de uma autora chamada Chloe Hooper. Desconheço completamente quem é. E talvez comece a escrever alguma coisa. Tommy, meu companheiro, mudará seu estilo de escrita, tenho certeza. Não consigo mais pensar no Tommy como sempre existiu na minha cabeça.

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