terça-feira, 8 de junho de 2010

As Pontes de Madison

Quando se é criança, o desejo é crescer, ser um adulto, e no caso particular das mulheres, usar as roupas da mãe com saltos enormes. Quando se é criança, até incentivam o namoro. Lembro até hoje de, quando criança, uma vez dizer par a minha mãe:

- Mãe, não conta nada para o pai, mas pedi para "fulano" namorar comigo.

Tirando o erro de português (e inclusive hoje soltei uma pérola bizarra), é tudo tão bonitinho e te falam que a vida é tão fácil. Pois é, o tempo passa e você descobre que o cidadão que te disse isso é um belo de um filho da puta!

Não medirei minhas palavras, num primeiro momento, e aviso que será revelador para uns, emocional para outros e uma incógnita para muitos, mas apesar de não ter esse direito, sinto-me péssima. Talvez porque me faz ter lembranças, talvez porque hoje faria tudo diferente e não suporto ver pessoas importantes sofrendo por errar da mesma forma que errei 2 anos atrás. A dor é imensa e no meu caso qualquer dor que tenha surgido foi unilateral e, portanto, menor.

Most love stories are about people who fall in love with each other. But what about the rest of us? What about our stories? Those of us who fall in love alone. We are the victims of the one-sided affair. We are the cursed of the loved ones. We are the unloved ones. The walking wounded. The handicapped without the advantage of a great parking space. Yes, you are looking at one such individual. And I have willingly loved that man for over three miserable years. The absolute worst years of my life. The worst Christmases, the worst birthdays. New Year's Eves brought in by tears and Valium. These years I've been in love have been the darkest days of my life all because I'm cursed by being in love with a man who does not and will not love me back.
Mas pela primeira vez em 2 anos preciso me libertar, ser verdadeira comigo e parar de mentir sobre isso para me proteger. Hoje menti e percebi que estou, para variar, mentindo ainda mais para mim mesma. Preciso ser honesta comigo... Ana, Bruno, André, minha mãe e até a Thaís, as pessoas que sabem e que de alguma forma me ajudaram a manter meu sorriso quando na verdade queria passar os dias no quarto, dormindo, infiltrada no meu mundo solitário, mergulhada no sentimento de ser rejeitada sem ao menos tentar.

Meu problema sempre foi homens mais velhos. Não nego e é bem óbvio. Ok, como eu sei que o André virá com 8742 pedras na mão, não é verdade absoluta, é apenas um padrão. Percebi que algo estava errado comigo em maio de 2008. Sou cerca de 10 anos mais nova e a minha posição não é a melhor para se tomar uma iniciativa. Pensei que passaria com o tempo, era só a quedinha típica que eu conheço bem. Mas aí me vi, no final de 2008, com a decisão que mudaria minha vida: escolher minha graduação ou a recuperação da bolha que criei para me proteger das desaventuras do amor. Não sei se infelizmente ou felizmente escolhi a graduação. Escondo-me na UFABC e me despedaço dentro dela também. A decisão de ficar aqui e não ir estudar na Stanford University me destruiu ainda mais. Era a oportunidade de esquecê-lo, de não encontrá-lo mais nos corredores da UFABC, de não estar na mesma sala que ele.

E passei a me punir todos os dias por isso. Passei a isolar todos os meus sentimentos e não deixei ninguém entrar. Machuquei o Rodrigo, a pessoa que mais me queria bem dentro da UFABC, e me punirei pelo resto da minha vida por isso. Não sei até que ponto me arrependo de ter machucado o Thiago. Ele está noivo, era noivo, e passou quase um ano me perguntando se eu ficaria com ele caso largasse a noiva. Não sentia nada por ele, e seus modos "amigos" (me puxando veementemente pela cintura, brincando com o meu cabelo, pegando minha mão) me deixavam ainda mais irritada com a situação. Não sei até que ponto me arrependo, ele sempre me empurrou contra meu desejo de ter quem eu queria. Sabendo quem era, fez o correto e tentou me afastar dele, porém com segundas intenções.

O ano de 2009 foi péssimo. Encontros mais regulares, o problema de sempre, as dúvidas dele que nem eu sei responder. A partir do momento em que coloquei a iniciação científica em primeiro lugar (meu escape), as coisas "melhoraram", porque não tinha nada que me lembrasse aquele ser irritantemente perfeito.

Mas ao mesmo tempo, os sentimentos de rejeição e de solidão me puniram com diversas crises de identidade. Percebi que estava apaixonada por ele, uma coisa difícil de aceitar, devido às circunstâncias. A Ana me empurrou o tempo inteiro para fazer o certo, para que me abrisse com ele. Gostaria muito de ter feito o que ela me disse para fazer. Mas não, reprimi-me e pagarei eternamente por isso.

Em 2010 me afastei completamente. Mas quando eu decido que minha vida deve continuar com os traumas que a vida me apresenta, resolvem me aproximar dele.

Oh, God, just the sight of him. Heart, pounding, throat thickening, absolutely can't swallow. All the usual symptoms.

Meus olhos dizem tudo, minhas mãos tremem, fico hesitante. Menos do que ficaria há um ano, mas ainda assim...

Por favor, não cometa o meu erro. A partir do momento em que seres racionais perdem a racionalidade, sua vida vira um inferno... sem fim. Dói cada dia mais e o tempo não cura.

Aprendi a controlar a minha dor, mas de vez em quando, como hoje, passo 3 horas na aula chorando (e ajudando a professora e provar um teorema de geometria plana).

Que curioso. Por que eu estava chorando mesmo?

Aí quando crio esse blog, as pessoas se preocupam em dizer que preciso deixar de ser criança, quando minha intenção é me encontrar, da mesma forma que a Julie fez.

We both know I need to fall out of love with you. Would be great if you would let me try.


Obs: As partes em itálico são trechos retirados do roteiro do filme "The Holliday" (Kate Winslet, Jack Black, Cameron Diaz e Jude Law), da Nancy Meyers.

Um comentário:

  1. Muito interessante teu blog ! Se puder me visite, http://sindromemm.blogspot.com

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