terça-feira, 15 de março de 2011

Explicações

Hoje de madrugada estava conversando com o André sobre o episódio de House de ontem (relax, não é sobre isso que vim escrever) e ele veio com uma pergunta interessante que me fez refletir de lá para cá:
Por que esses dois últimos episódios te virou do avesso? Por que fica tão emotiva com eles?
Eu respondi que é a época do ano, o que é verdade, mas não sabia que era tão mais profundo que isso.
Nessa semana, devido a minha obcessão repentina, o André também afirmou que eu estava me escondendo, como sempre fiz, nas séries. Ele está certo: eu sempre me escondi nas séries. Sempre. E acho que sempre o farei.
Porém, com a pergunta dessa madrugada, vi-me forçada e refletir sobre como anda a minha vida nesse momento.

Eu estou bem. Feliz? Não, feliz não, mas estou bem. E é realmente o que importa.
Essa época do ano é muito difícil para mim (e, duh, não é por ficar mais velha). Tem muita tragédia envolvida, muita coisa que ainda me machuca muito, apesar de hoje já conseguir falar sobre.
A vida foi muito cruel com a minha família em 2007. Nós perdemos nosso pilar, nosso chão e ainda hoje é duro lidar com isso. Os laços foram desfeitos e isso nada pode mudar. A guerra entre as 5 irmãs (hoje 4) é eterna.
Quando eu comecei a mudar, a me tornar essa pessoa fria e fechada de hoje, a depressão foi me consumindo. E já disse isso algumas vezes, depressão não tem cura.
E daí você tem que buscar força onde não tem para conseguir levar a sua vida. E não espere contar com ajuda alheia, porque tudo o que eles fazem é te cobrar. Se eu culpo as pessoas depressivas que usam drogas? Não foi a minha opção, mas não.
As séries me ajudam desde então... sim, as séries não me machucam, as séries não pisam em mim... porque as pessoas sempre dão um jeito de te colocar para baixo, de jogar coisas na sua cara. As séries me ajudam a esquecer, me ajudam a viver num mundo paralelo onde nada pode atingir a minha vida.
Assim parte da afirmação do André está explicada...
Mas por que eu fiquei tão emotiva essa semana? The Huddy breakup me deixou péssima. Péssima como se tivesse sido comigo. E só hoje eu percebi que aconteceu comigo. Pelo menos duas vezes. Eu inclusive disse dois posts atrás que não foi O QUE aconteceu e sim COMO aconteceu.
Desde então eu digo que a Cuddy estava certa, com o se quisesse ME convencer de que ela estava certa. Mas na verdade, ela não estava certa. E, fazendo um flashback não tão longínquo, ela fez O MESMO que o House (com a mãe dela). Mas enfim, esse não é o foco. Quando se tem alguém que se ama em situação eminente de morte, é difícil saber como lidar com isso.
Uma semana antes da minha madrinha morrer, minha mãe queria que eu fosse visitá-la. Eu não fui. Não fui porque não conseguia lidar com a morte dela, não conseguia me imaginar tendo como última lembrança dela tubos... era como se eu tivesse que esquecer o quanto eu a amava... era como perder a pessoa mais importante da minha vida.
Eu fiquei emotiva não só pelo mês de março ser um furacão emocional para mim, mas também por me trazer lembranças...
O último me deixou mais revoltada. Porque ver que quando você se abre, se doa completamente, é como se você não pudesse mais pensar em você mesmo. E quando você faz a coisa errada pelo motivo certo, o mundo desaba. E aquela pessoa que passou a significar quase o mundo, vai embora como se estivesse devolvendo um filme na locadora. Já aconteceu muitas vezes comigo e a última, no ano passado, me fez chorar mais de 30 dias. Nunca falei sobre isso... mas talvez um dia eu consiga.

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