Hoje eu posso dizer com todas as letras: O MELHOR DIA DA MINHA VIDA.
Passei por momento parecido na Virada Cultural, mas não se compara. Não tem como. Para começar, a primeira vez a gente nunca esquece.
Semana passada comprei meu ingresso pela Tickets 4 Fun no Balcão A, fileira B, poltrona 4. Não sabia se era um bom lugar, porque é no alto e talvez fosse bastante longe do palco. Estava muito ansiosa.
Saí de casa hoje 13:00, esperando que chegasse na Praça da Sé lá pelas 14:00 e no teatro 14:30. Pff, engano dos grandes, uma vez que cheguei na Sé 13:30 e no Teatro Abril 13:40. Ou seja, mais de duas horas esperando.
Na loja de lembranças encontrei algo que me deixou encantada: o Super Troupers. Poxa, dvd lançado há 30 dias na Europa, esperado há 5 anos. O problema foi o preço: 70 reais. Absurdamente caro! Enfim.
15:00 os portões abriram. Foi meio estranho ver os cartazes. A Rachel Ripani (Tanya) é uma versão da Christina Baranski mais nova, o que não foi estranho, mas olhar a Andrezza Massei (Rosie) no lugar da Julie Walters foi bizarro. Elas não têm nada a ver.
Mas mal eu sabia que veria Kiara Sasso (Donna Sheriddan) no lugar da Meryl Streep. Aí foi onde quase morri. A Donna tem uns 40 anos e a Meryl quando a interpretou estava prestes a fazer 60. Pela conservação da Meryl, teve como parecer normal. Mas no caso da Kiara não tem. Ela deve ter uns 30 anos e nunca vai parecer quarentona. Nunca. Já tinha lido a respeito dessa diferença, mas enfim... foi bem estranho.
Saulo Vasconcelos (Sam Carmichael) me deixou alegre. Só o fato de não ter que escutar o Pierce Brosnan "cantando" fez meu dia.
Antes de começar, anunciaram que a Kiara não faria parte do espetáculo, o que quase fez o teatro ir abaixo. Heloísa de Palma seria sua substituta. A Kiara é considerada a melhor atriz teatral do Brasil e queria que ela tivesse atuado.
Não sabia quem era a Sophie da vez, mas assim que o espetáculo começou e a Pati Amoroso começou a cantar "I have a dream" ("Um sonho meu"), eu já sabia que seria fantástico. A menina canta horrores. Deu umas semitonadas e tal, mas canta muito.
A história é a mesma de sempre: Sophie quer que seu pai esteja presente em seu casamento, mas como não sabe qual dos três homens presentes no diário de Donna é, convida os três.
Eu tinha a impressão de que seria uma merda. Música do ABBA traduzida? Só podia dar errado. "Um sonho meu" já acabou comigo logo no início. Lindo, lindo, lindo.
O tom de humor que deram foi fantástico. Pegaram aquele roteiro porco do filme e deram um toque tão bacana que eu me surpreendi. E foi assim que "Honey, Honey" trouxe a história: na voz da Pati com backing vocals da Priscila Marques (Ali) e Raquel Paulin (Lisa).
Aí são introduzidas as Dinamos: Rachel como Tanya, Andrezza como Rosie e Heloísa como Donna. Cantando "Money, money, money", a Heloísa começou mais ou menos como a Pati, desafinando um pouquinho. O nervosismo dela era óbvio, porque uma oportunidade de se apresentar para um teatro lotado (1500 pessoas) é quase única na vida. Música bem fiel, com uma tradução impecável. So far, so good.
Próximos: Carlos Arruza (Bill), Cleto Baccic (Harry) e Saulo Vasconcelos (Sam) conhecendo a Sophie para então cantar "Thank you for the music" ("Eu agradeço"). Foi uma das músicas que menos gostei, mas é porque amo a original e a emoção da Agnetha cantando é outro nível.
É quando a Donna vê, cantarolando "Fernando", que os três homens de sua vida estão na ilha. "Mamma Mia" foi a música que me deixou apaixonada pela Heloísa. Vocalmente ok, mas com uma puta interpretação. Foi onde também reparei no cenário: simples, apenas dois ambientes, mas de uma utilidade que só vendo. Era ambiente externo, quarto, praia, tudo!
Tinha dúvidas se "Our last summer" ("O último verão") era agora, mas não. Não é porque eles mantiveram o original da peça: Donna cantando a música também. No filme é cantada por Sophie, Bill, Harry e Sam.
Na seqüência, "Chiquitita" e "Dancing Queen", que fizeram o público ir ao delírio principalmente por causa da Rachel e da Andrezza, que deram um show. Lembro que algum tempo atrás, o povo da comunidade do ABBA estava pensando nas loucuras que fariam com as letras e "Dancing Queen" foi uma das mais absurdas. O medo de ouvir algo ruim era enorme e se tivesse acontecido eu teria corrido de lá. Para começar, eles não traduziram o nome, então toda vez que tem "dancing queen" na letra eles cantaram dancing queen. É aquela coisa: o que não tem uma tradução aceitável fica como está. So far, brilliant!
"Lay all your love on me" ("Não gaste o sentimento") foi a primeira música deprimente. A música já é chata original, com esse título digno de google translator então... pff. Foi uma das duas músicas que me entediaram. O Thiago Machado (Sky) é o que pior canta do elenco, então dar algo de destaque para ele foi como escutar Calypso.
"Não gaste o sentimento" termina na despedida de solteiro da Sophie. E aí vem "Super trouper" e a luz dos refletores com as dancinhas que eu decorei sem querer querendo. O rapaz que estava do meu lado ficou assustado quando sentada comecei a dançar na parte do "All I do is eat and sleep and sing wishing every show was the last show. So imagine I was glad to hear you're coming". Mais uma música excelentemente traduzida e muito bem cantada. A essa altura, ninguém mais sentia a pressão e dava para ver que eles estavam se divertindo muito. Mas teve um detalhe que eu achei que as peças pecaram e só o filme acertou (uau, nunca achei que diria isso!): o começo da música. No filme, o diretor musical disse que quando Christina, Julie e Meryl começaram a cantar, todas estavam desafinadas, o que mostrava que elas não cantavam há 20 anos. Completamente sem querer, mas deixou verdadeiro.
Termina a música, Bill, Harry e Sam invadem o local e a Donna, desesperada, vai embora. Nisso começa "Gimme, gimme, gimme" ("Quero! Quero! Quero!") e os pais da Sophie "descobrem" a razão de estarem lá. O último deles a "descobrir" é o Bill, o que leva ao próximo musical: "The name of the game" ("Como vamos jogar?"). Ali eu desisti de tentar achar problemas. "Voulez-Vous" encerra o primeiro ato, o dia antes do casamento.
To be continued...
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