sexta-feira, 1 de junho de 2012

Day after day

Hoje foi um dia cheio de altos e baixos. Sem aula (excelente) e tendo que ir a UFABC (horrível).

Acordei quase meio-dia, toda feliz por ter dormido horrores. Mas como felicidade de pobre dura pouco, tive que ir a UFABC num dia conturbado e muito polêmico.

Os arredores da UFABC estavam normais, mas ao "desembarcar" no segundo andar, tudo mudava. Alunos olhando desconfiados, professores correndo... e eu querendo me esconder.

Muita coisa estava/está em jogo. Parte da minha crise recente se deve a isso. É duro ver que por mais impostos que pague, sempre depende de alguém para ter seu "direito" reservado. Não tenho mais tempo, não tenho mais 15 anos, a vida não é fácil. E ver que uma coisa séria muitas vezes é vista como uma piada me entristece muito.

Todo mundo no fundo sabia que era isso o que aconteceria. As aulas "param" terça e, como o DCE está mais preocupado com o X-BOX, não temos uma posição discente. Eu mandava todo mundo pra pqp e queria ver quem é que me faria colocar os pés naquele lugar nojento. Acredito que no fundo é o que vai acontecer também. Os seres pensantes se posicionarão a favor da paralização total (e a possibilidade de ser reprovados por faltas - professores podem parar, alunos não. Alunos who?).

Voltei pra casa pensativa... e triste. Não sabia exatamente o que me deixava triste...

Sabe, é duro o suficiente ver o que meus pais fazem para que eu tenha a oportunidade de estudar de manhã, sem me preocupar com muitas coisas. Sei que vou ter que segurar minha língua pelos próximos meses e tenho muita consciência do quanto isso vai me prejudicar.

Para exemplificar a parte fácil, se as aulas ficarem suspensas o suficiente para cancelar o segundo quadrimestre, terei duas disciplinas para cursar no primeiro quadrimestre (fev/maio) de 2013. TCC e uma eletiva. Se eu decidir ir pra Campinas, terei as disciplinas de lá, que se não me engano são às terças e quintas. Então vou ter que escolher a eletiva de tal forma que seja na segunda, quarta e/ou sexta. Ou seja, vai e volta todos os dias. Não é vai e volta de 10 km. É vai e volta de 100 km.

Resultado: não me formo no final do ano e não tenho condições de fazer meu mestrado na Unicamp. Olha aí os Deuses me dizendo pra sair dessa porcaria de carreira acadêmica, meu povo!

Pior foi algo que ouvi no jantar. Me deixou tão enfurecida, tão irritada, que não sei como explicar.

Sei que a luta é justa, mas também sei que o ser humano é egoísta por natureza. Infelizmente...

Fui para a aula de canto, meio que aos prantos internamente. 21h20 e nada da Rose me chamar. Até que ela me chamou para dar uma opinião. Uma aluna dela estava cantando "Se" do Djavan com uma voz meio lírica. Estranho a princípio, mas muito bonito depois. Ela queria uma opinião sobre de que jeito ficava mais natural... aí depois eu tive que cantar a música.

Hello? Era a minha quarta aula e não estava conseguindo nem cantar com voz pura e a menina é a melhor aluna da Rose. Medo, muito medo... e nervosismo.

Mas toda a minha tensão e angústia se foram. É incrível o quanto a música nos faz "fugir" de todos os problemas.

Vários vocalises com "zzz", "vvvviii", "vvvvviuuu", "zzziiii" e eu fazendo merda sempre. Depois voltamos para "Se" e a Rose ficou meio irritada comigo porque as merdas dos vocalises não são feitas nas músicas (hahahaha). Não sei o que tem de "errado" em mim nos vocalises... não sei o que ela quer que eu faça neles. Irei descobrir.

O mais incrível é como aquela mulher é boa... canta lindamente. Toca piano maravilhosamente. E o violão? Aff, deixa um pouco de talento pra mim, poxa!

No final, tudo isso me deixa muito desanimada. E sem saber o que fazer... mas muito feliz e animada com as aulas de canto. A única coisa que me deixa animada.

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