Hoje passei boa parte da tarde conversando com o Bruno sobre o quanto deixamos de viver para buscar a tão sonhada carreira acadêmica. Família, amigos, hobby, tudo acaba.
Sai o ser humano, entra o robô que produz infinitamente. E assim somos educados por professores, orientadores, dentre outros. Mas será que vale a pena deixar de ser humano?
Não foi um bom momento para esse tipo de conversa. Não foi porque eu refleti muito no que aconteceu comigo nesses 3 anos de UFABC e, principalmente, nesses últimos 12 meses. Parei meus esportes, larguei a academia, perdi tudo que gostava de fazer. Para quê? Algumas notas excelentes no histórico. Valeu o sacrifício? Não. Valeu a pena perder meu mês de janeiro em algo que terminei 3 meses antes do prazo? Nunca!
Liguei o botão do "foda-se" porque até certo tempo atrás, eu tinha privacidade. Eu podia ter um twitter e postar 39824738965 vezes num dia e não ter que ouvir merda no dia seguinte.
Eu quero curtir meus sobrinhos, viajar, dormir o dia inteiro, ir para a balada 5 noites por semana. Afinal, eu tenho que aguentar todos os meus professores durante as semanas de aula achando que não tenho mais o que fazer.
Mas mais do que essa revolta, a conversa me causou uma reflexão, principalmente quando a monitora de engenharia econômica disse algo que sempre neguei: uma pessoa que já passou por depressão, sempre terá depressão.
As cicatrizes ficam e essa perda de vida é consequência da fuga. Sempre pensei que o motivo da minha fuga era outro, o motivo banal, mas é consequência da depressão de outros momentos. E estou sozinha nessa batalha.
A única pessoa que poderia me ajudar talvez nunca mais queira falar comigo.
Só se sabe o que se tinha quando se perde. O lema da vida.
Atualizando no dia 21 de outubro:
Parece que estava advinhando: um robô criado pelo sistema cansou.
Um professor da UFABC se jogou do 11º andar do Bloco B.
RIP Sandro.
Pode largar tudo e fazer moda agora? Tá tudo muito tenso.
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